Falando ontem em Portalegre, num comício no Centro Artes Espetáculos, o líder socialista insurgiu-se com a leveza com que a direita apresenta propostas orçamentais enviesadas e de difícil execução, em contraponto com as propostas do PS que, garantiu, propõem, por exemplo, em relação aos jovens, investir na "redução progressiva das propinas até à sua extinção, no apoio ao alojamento estudantil, no reforço da ação social escolar e no alargamento do IRS jovem para todos e não apenas para os que têm um diploma universitário".
Os jovens foram, aliás, o principal destinatário do líder socialista neste comício de Portalegre, onde também abordou as questões culturais e da habitação, área em que o PS propõe "retirar o teto para as rendas no programa Porta 65 e garantir apoio público do Estado na compra de casa até aos 40 anos", insistindo que, sem uma economia "vibrante e sofisticada" como o PS propõe, dificilmente o país estará em condições de dar "esperança aos jovens portugueses", para que possam continuar a trabalhar e a criar família em Portugal.
E relação à cultura, outro dos temas que o líder socialista privilegiou neste comício de Portalegre, Pedro Nuno Santos defendeu que esta é uma área que não pode ser apenas pretexto para "uma nota de rodapé no debate político", garantindo que para o PS a cultura sempre foi "central e estratégica", ao contrário das opções da direita, "dando-lhe sempre um ministério e não apenas uma mera Secretaria de Estado", defendendo ser preciso "continuar a aumentar o orçamento da cultura e a melhorar o estatuto dos profissionais".
Neste sentido, defendeu que as regras têm de começar a ser respeitadas e executadas dentro de casa, aludindo que o Estado tem de dar o "exemplo e a ser consequente", exigindo a todas as entidades que são apoiadas com recursos públicos a terem contrato com os seus profissionais, insistindo o líder socialista que é "em casa que se começa a cumprir as regras e a proteger aqueles que se dedicam a fazer cultura".
No início da sua intervenção, Pedro Nuno Santos tinha já homenageado o fundador dos cafés Delta, o empresário Rui Nabeiro, que morreu em 2023, destacando o seu trabalho como gestor e de autarca no vizinho município de Campo Maior e a sua participação num comício do PS, em Santarém, em 2021.
Houve ainda espaço para Pedro Nuno Santos voltar a declarar orgulho no trabalho desenvolvido pelos governos socialistas dos últimos oito anos, lembrando que o PS nunca se opôs às mudanças necessárias, e que o partido "muda quando renova as suas gerações, as suas lideranças e as suas políticas".
Com o PS o nosso território e as pessoas contam
Antes da intervenção do Secretário-Geral, o cabeça-de-lista por Portalegre, Ricardo Pinheiro, disse que a direita quer governar num dos melhores períodos da vida económica e social, dando destaque, nestes últimos oito anos de governação socialista, ao aumento dos investimentos no Alto Alentejo, observando que a direita aparece a querer governar num dos melhores períodos da vida económica e social do país.
"Nos últimos anos, no Alto Alentejo, conseguimos investimentos que convergem com o resto do país, caso da barragem do Pisão. Conseguimos investimentos na nova ressonância magnética em matéria de saúde e a recuperação dos serviços de pediatria. O PS assumiu a transformação e a mudança em várias áreas, sobretudo no caso do Serviço Nacional de Saúde", afirmou.
Na habitação, prosseguiu, "temos cerca de 1.600 casas em construção ou reabilitação – e mais de 2.900 pessoas que podem ser beneficiadas. O salário mínimo subiu de 550 para 820 euros. É a demonstração que não temos dúvidas em melhorar a vida das pessoas. Não existiria esse aumento se a direita estivesse no poder", sustentou o candidato socialista.
No primeiro discurso da noite, o líder da Federação de Portalegre, Luís Testa, defendeu que, quando os socialistas não governam, no Alto Alentejo os serviços públicos são encerrados, assim como não há investimentos no caminho-de-ferro, na educação e na saúde.