Bolsonaro quebrou o silêncio dois dias após a derrota nas eleições presidenciais brasileiras, num discurso no qual não admitiu ter perdido o sufrágio, nem reconheceu publicamente a vitória de Lula da Silva, ficando-se pelos agradecimentos a quem votou em si e dando garantias de que ia respeitar a Constituição no processo de transição de poder. No entanto, após o discurso, Bolsonaro terá acabado por admitir a derrota, numa reunião à porta fechada com os juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil.
Bolsonaro foi ao STF a convite do presidente do órgão judicial, para uma reunião com os juízes que durou cerca de uma hora. Na nota divulgada no final do encontro, é realçado a importância da admissão da derrota, por parte de Bolsonaro, bem como as críticas que fez aos bloqueios em estradas, levados a cabo por apoiantes do presidente em funções.
"Os ministros do STF reiteraram o teor da nota oficial divulgada, que consignou a importância do reconhecimento pelo presidente da República do resultado final das eleições, com a determinação do início do processo de transição, bem como enfatizou a garantia do direito de ir e vir, em razão dos bloqueios nas rodovias brasileiras", lê-se na comunicação.
Depois da reunião, Luiz Edson Fachin, juiz do STF, falou com os jornalistas e defendeu que Bolsonaro, na conserva tida, chegou mesmo a admitir que "acabou" o seu capítulo na presidência do Brasil.
"O presidente da República utilizou o verbo acabar no passado. Ele disse acabou. Portanto, olhar para a frente", revelou Fachin. Bolsonaro não quis prestar declarações após o encontro no STF.
