O concelho onde o Chega teve o seu pior resultado no país inteiro foi Oeiras.
Espantados? Eu não.
Espantados? Eu não.
É em Oeiras que encontramos uma das populações mais qualificadas de Portugal. Onde os rendimentos medianos são altos. Onde o abandono escolar é baixo, a coesão comunitária é real e os serviços públicos estão presentes.
E Oeiras não está sozinho.
Em freguesias como Avenidas Novas, Alvalade, Campo de Ourique ou o Parque das Nações - todas em Lisboa e com mais de 50% da população com ensino superior - o Chega ficou abaixo dos 10%.
O mesmo se passou em São João da Madeira e Coimbra, concelhos com forte presença cívica, bons níveis de literacia e serviços públicos com proximidade. Lugares onde a pertença não é retórica: é prática.
Até Bragança, o único distrito onde o Chega não elegeu qualquer deputado, confirma esta lógica: apesar da interioridade.
Nestes territórios, as pessoas sentem que têm esperança no futuro.
As escolas ensinam. E como dizia Nelson Mandela, são a arma mais poderosa para mudar o mundo.
Os bairros não são esquecidos.
E quem governa está presente.
Quando o Estado está onde deve estar - na rua, na escola, na saúde - o Chega tem dificuldades em ganhar terreno.
O Chega não cresce onde há pertença.
Não floresce onde há literacia.
Não vinga onde os filhos têm futuro.
Não "berra" onde o medo não manda.
O populismo alimenta-se de ausência, ressentimento e desilusão.
Por isso, onde há dignidade no quotidiano, o Chega perde.
Não se trata apenas de combater o Chega.
Trata-se de criar territórios onde ele não faça sentido.
Onde a política seja presença. Onde o futuro seja possível.
O problema nunca foi o Chega.
O problema é o país onde o Chega faz sentido.
É o abandono tornado norma.
É o elevador social avariado.
É a escola que deixou de ensinar a pensar.
É o Estado que deixou de estar.
E sim, o Chega tem adeptos organizados e fanáticos.
Mais do que um partido, o Chega comporta-se como um clube.
E quem acha que o combate se faz com moralismo está enganado.
Clubes não se enfrentam com sermões. Enfrentam-se com resultados.
Querem resposta?
Na escola que não fecha.
No centro de saúde que atende.
No bairro que não se degrada.
O Chega cresce onde o Estado social encolhe.
E por onde o Chega não ganha, vence a política que não se demite, a gestão que faz acontecer, o serviço público que não fecha.
Vence a competência de quem faz.
Porque quando a democracia funciona, o populismo extremista não vinga.
Não por falta de claque, mas porque, ali, o silêncio da dignidade fala mais alto.
Mais do que nunca, os partidos devem refletir sobre o papel do Estado local na contenção, ou expansão, do populismo.
É urgente apostar em regiões e candidatos autárquicos com visão, competência e coragem transformadora.
Ou ainda há quem duvide que Beja, Portalegre, Setúbal e Faro foram deixados para trás pelo Estado central e pela ausência de lideranças fortes?
E Oeiras não está sozinho.
Em freguesias como Avenidas Novas, Alvalade, Campo de Ourique ou o Parque das Nações - todas em Lisboa e com mais de 50% da população com ensino superior - o Chega ficou abaixo dos 10%.
O mesmo se passou em São João da Madeira e Coimbra, concelhos com forte presença cívica, bons níveis de literacia e serviços públicos com proximidade. Lugares onde a pertença não é retórica: é prática.
Até Bragança, o único distrito onde o Chega não elegeu qualquer deputado, confirma esta lógica: apesar da interioridade.
Nestes territórios, as pessoas sentem que têm esperança no futuro.
As escolas ensinam. E como dizia Nelson Mandela, são a arma mais poderosa para mudar o mundo.
Os bairros não são esquecidos.
E quem governa está presente.
Quando o Estado está onde deve estar - na rua, na escola, na saúde - o Chega tem dificuldades em ganhar terreno.
O Chega não cresce onde há pertença.
Não floresce onde há literacia.
Não vinga onde os filhos têm futuro.
Não "berra" onde o medo não manda.
O populismo alimenta-se de ausência, ressentimento e desilusão.
Por isso, onde há dignidade no quotidiano, o Chega perde.
Não se trata apenas de combater o Chega.
Trata-se de criar territórios onde ele não faça sentido.
Onde a política seja presença. Onde o futuro seja possível.
O problema nunca foi o Chega.
O problema é o país onde o Chega faz sentido.
É o abandono tornado norma.
É o elevador social avariado.
É a escola que deixou de ensinar a pensar.
É o Estado que deixou de estar.
E sim, o Chega tem adeptos organizados e fanáticos.
Mais do que um partido, o Chega comporta-se como um clube.
E quem acha que o combate se faz com moralismo está enganado.
Clubes não se enfrentam com sermões. Enfrentam-se com resultados.
Querem resposta?
Na escola que não fecha.
No centro de saúde que atende.
No bairro que não se degrada.
O Chega cresce onde o Estado social encolhe.
E por onde o Chega não ganha, vence a política que não se demite, a gestão que faz acontecer, o serviço público que não fecha.
Vence a competência de quem faz.
Porque quando a democracia funciona, o populismo extremista não vinga.
Não por falta de claque, mas porque, ali, o silêncio da dignidade fala mais alto.
Mais do que nunca, os partidos devem refletir sobre o papel do Estado local na contenção, ou expansão, do populismo.
É urgente apostar em regiões e candidatos autárquicos com visão, competência e coragem transformadora.
Ou ainda há quem duvide que Beja, Portalegre, Setúbal e Faro foram deixados para trás pelo Estado central e pela ausência de lideranças fortes?