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16 janeiro, 2025

“Os tempos são conturbados, mas é a cultura que vai salvar este mundo ” Abílio Fernandes nos 50 anos do Cendrev


No passado dia 12 de janeiro de 2025, o histórico Teatro Garcia de Resende, em Évora, foi o palco das celebrações do 50.º aniversário do Centro Dramático de Évora (Cendrev). Fundado em 1975, no rescaldo da Revolução de Abril, o Cendrev tornou-se um marco da descentralização cultural em Portugal e um pilar na preservação do património teatral nacional.

Numa entrevista concedida ao Alentrium.pt, conduzida por Filipa Almeida, o antigo Presidente da Câmara Municipal de Évora, Doutor Abílio Fernandes, destacou a importância desta data histórica e refletiu sobre o papel do Cendrev ao longo das décadas.

“É uma grande alegria celebrar os 50 anos do Cendrev, uma instituição que nasceu no contexto transformador da Revolução de Abril. Na altura, tudo parecia excecional e, por isso, não se percebia o peso específico de cada iniciativa. Mas, olhando agora para trás, é espantoso ver como o Cendrev resistiu, com tantas vicissitudes e dificuldades, tornando-se um elemento estrutural da cultura portuguesa”, afirmou Abílio Fernandes.

O antigo autarca recordou ainda a ligação profunda entre a cultura e o desenvolvimento da cidade de Évora, sublinhando o papel fundamental do Cendrev na valorização das tradições culturais alentejanas. “O Cendrev foi uma das bases que sustentaram a candidatura de Évora a Património Mundial e, mais recentemente, a Capital Europeia da Cultura. Sem estas raízes culturais, sem a força do povo alentejano e das suas tradições, não teríamos tido a ousadia de nos candidatarmos com valores próprios e estruturais que garantem o futuro”, sublinhou.

Ao refletir sobre o impacto do teatro e da cultura no contexto atual, Abílio Fernandes foi taxativo: “Os tempos são conturbados, mas é a cultura que vai salvar este mundo. O Cendrev, com 50 anos de história, é um exemplo vivo de como a cultura pode resistir e transformar”, acrescentou.

A celebração dos 50 anos do Cendrev reafirma a sua relevância não só para Évora, mas para todo o panorama cultural português, representando uma ponte entre as conquistas do passado e os desafios do futuro.