
José Coelho/Lusa
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, afirmou esta terça-feira que o país tem "sérias razões para estar preocupado" perante a "tentativa de privatização da Segurança Social".
Pedro Nuno Santos reagiu esta terça-feira às declarações da ministra do Trabalho, que assegurou que o Governo não vai tocar em "nenhum direito adquirido" quanto às reformas, remetendo para as conclusões do grupo de trabalho agora lançado qualquer eventual mudança nas reformas antecipadas. Mas o líder dos socialistas rejeita este entendimento.
Sobre a garantia deixada por Rosário Palma Ramalho, garantiu que o Governo "alguma coisa deve querer fazer e o grupo de trabalho será a justificação para o fazer".
"Temos sérias razões para estar preocupados. Não vale a pena a senhora ministra dizer que não há motivos para preocupação, porque há", afirmou.
"Este grupo de trabalho vai ser liderado por alguém que tem posições muito claras sobre a capitalização do sistema da Segurança Social, por oposição a um sistema de repartição que é o nosso", garantiu.
Pedro Nuno Santos revelou assim que continua "muito preocupado" com esta revisão e avisa a ministra de que os "portugueses e o PS vão estar muito atentos a qualquer tentativa do Governo - que não será já a primeira de um Governo de direita e do PSD - de privatizar a Segurança Social".
Indo mais longe, afirma que Jorge Bravo, líder do grupo de trabalho que está a avaliar possíveis reformas no sistema de reformas e pensões, entende "que parte dos descontos" dos contribuintes "devem ir para sistemas de capitalização, provavelmente privados".
"Essa é a orientação ideológica e isso não é irrelevante", destaca.
O líder dos socialistas defende que os descontos de quem trabalha "devem financiar um sistema público de pensões e não devem ser canalizados para o casino, jogos e apostas, fundos de pensão e seguradoras". Um setor para quem Jorge Bravo "foi trabalhando".
Adianta ainda que para "discutir a sustentabilidade da Segurança Social" é preciso seguir o caminho da "diversificação das fontes de rendimento", até porque as novas tecnológicas "colocam desafios", que forçam a necessidade de que este setor não seja "exclusivamente financiado pela força do trabalho".