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07 junho, 2024

Documentário «Deixa Arder» dá voz às vítimas dos incêndios de 2021

Vítimas dos incêndios do verão de 2021 no Sotavento algarvio são protagonistas da «Deixa Arder», curta-metragem que dá mote a um debate sobre o tema no dia da sua apresentação.

No verão de 2021, as chamas voltaram à serra de Vila Real de Santo António, Castro Marim e Tavira e, três anos depois, de forma a dar voz a quem as vivenciou na primeira pessoa, nos montes da Rocha dos Corvos, Corte António Martins, Carrapateira e Cortelha, recuperando as paisagens que daí sobraram, nasce a curta-metragem «Deixa Arder».

«Só conseguimos ver aviões no outro dia, depois de já estar quase tudo apagado». As palavras são de Manuel Rodrigues, habitante da serra de Tavira que em 2021 viu as chamas regressarem ao seu monte.

«Aqui no Curral, ninguém teve ajuda, não foi capaz ninguém de vir», conta outro habitante que lutou para guardar os seus animais e os seus bens.

O verão quente de 2021 deixou um rastro de destruição na paisagem e nas populações que ainda habitam a serra no Sotavento algarvio.

Num território alargado e de difícil acesso, para lá dos limites territoriais concelhios, entre Vila Real de Santo António, Castro Marim e Tavira, a vasta área ardida expôs carências, dificuldades e o exponencial fenómeno de desertificação, em que os ecos distantes das populações (que resistem) apenas se fizeram sentir pela densa e prolongada coluna de fumo negro, que interrompeu a paisagem e a tranquilidade no litoral.

«Deixa Arder» surge, assim, como um documentário «necessário e urgente, que procura dar voz a quem perdeu quase tudo», refere a sinopse.

Vítimas dos incêndios do verão de 2021 no Sotavento algarvio são protagonistas da «Deixa Arder», curta-metragem que dá mote a um debate sobre o tema no dia da sua apresentação.

Numa viagem entre os montes da Rocha dos Corvos, Corte António Martins, Carrapateira e Cortelha recuperaram-se memórias anteriores ao incêndio e juntaram-se recortes das paisagens que ficaram, com o auxílio de quem viveu o incêndio na primeira pessoa, para lá da vista e (ainda) muito longe da ação.

«O fumo e o fogo eram tantos que não conseguíamos ver nada», conta um habitante entre relatos de desespero para salvar bens e animais e da falta de apoio dos meios técnicos de socorro e proteção.

A curta-metragem documental é o ponto de partida para o debate e a reflexão sobre os incêndios e a gestão sustentável do território, que acontecerá numa mesa-redonda com a presença de convidados e do público, após a apresentação do «Deixa Arder», no sábado, dia 15 de junho, pelas 18h00, nas sedes dos Clubes de Caçadores dos Castelos e da Corte António Martins, em Tavira.

A iniciativa insere-se no projeto «Activar Abril», promovida pela Associação Ecotopia Activa e no âmbito do programa «Equinócios» da Câmara Municipal de Tavira.

 

Documentário «Deixa Arder» dá voz às vítimas dos incêndios de 2021 (barlavento.pt)