Évora, a cidade das ervas por onde já marcharam os romanos - Café da Praça Central

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02 outubro, 2024

Évora, a cidade das ervas por onde já marcharam os romanos

Évora, a cidade das ervas por onde já marcharam os romanos. Agora, marcham as máquinas das obras, mas ninguém sabe para onde. Talvez queiram conquistar algum município em redor, perdido pelo partido comunista.

A Câmara de Évora já abriu e já fechou mais vezes os mesmos buracos na cidade, que os coveiros no cemitério.
Talvez, um dia, os turistas venham ver não só os monumentos históricos, mas também as obras inacabadas... quem sabe até já façam parte do património!
E a digitalização dos serviços? Ah, sim, claro! Num mundo onde as cidades estão a integrar tecnologias de ponta, em Évora deviam cobrar aos turistas para poderem tirar fotos e visitar os sites online da Câmara Municipal, que são uma verdadeira atração histórica, os arqueologos ainda estão a tentar perceber como funcionam. Até os ciganos mudam de lugar mais rápido que os processos administrativos. 

Na Câmara Municipal de Évora, parece que o verdadeiro expediente começa nas Tascas e Cafés. Diz-se que as manhãs são reservadas para "reuniões estratégicas". 

Quem precisa de um escritório quando há uma mesa de café ou um balcão disponível? Alguns chamam de "hora de almoço antecipada", mas outros dizem que é o "departamento de hidratação". Afinal, manter o pessoal hidratado deve ser uma prioridade número um, certo?
Deviam ter um slogan: "Se beber, trabalhe com moderação".

A Câmara está tão endividada e sem dinheiro que está a um pequeno passo de andar a coxear na rua, com um cão à trela do canil municipal, a pedir um euro a cada pessoa com quem se cruza na rua.

Podem poupar dinheiro em marketing e guias turísticos, os montes de lixo que existem já contam uma história por si da cidade, há mais informação para os censos na rua do que contado pelos habitantes. 

E que tal falar da iluminação pública? Évora à noite parece um filme de terror, com lâmpadas fundidas e algumas a piscar. Quem sabe, talvez a Câmara esteja a tentar recriar o ambiente de Évora medieval? Só falta o povo sair com tochas para iluminar o caminho. Ajuda a tentar evitar pisar os cocós que existem no chão, sejam eles de cão ou de humanos. 

E quanto às inovações? Bem, há rumores de que o plano de modernização da cidade inclui a instalação de hi-fi grátis nas carroças, porque, francamente, elas parecem ser o meio de transporte mais eficiente aqui, a Câmara Municipal até deixa a relva cortada na rua, para ser possível alimentar os Equinos em qualquer espaço verde. 

Mobilidade sustentável? Bom, para quem sonha com bicicletas e transportes verdes, a Câmara tem uma solução... andar a pé. Porque o transporte público é tão irregular que mais vale contar com as próprias pernas. E ainda vais ter tempo de sobra para contemplar o encanto dos buracos do asfalto se não fores atropelado nestas estradas sem passeios, enquanto esperas por aquele autocarro que pode ou não aparecer antes do fim do mandato que já dura há 11 anos.

E essa gestão do trânsito? O verdadeiro labirinto de Évora não são as ruas medievais, mas sim tentar entender as rotas e desvios das obras. Ah, e claro, quem nunca tentou estacionar perto do centro, nos parques em redor da muralha e quando saíu do carro se lembrou que devia ter trazido as galochas. 

Évora é o verdadeiro exemplo colocada em prática da expressão alentejana "construir para os netos", com o tempo de espera pelo PDM e todos os processos de habitação. Demora mais tempo ter resposta do município do que depois construir a casa. 

Mas justiça seja feita, a Câmara é ótima a manter a tradição: tudo se faz "devagarinho" e com "vagar". 
Afinal, se a cidade já tem dois mil anos, qual é a pressa, não é?

Até 2027 ainda faltam 3 anos, há muito tempo de sobra para mais uma rodada de minis.

PR / FB