"Lutar por Portugal não é uma opção, mas um dever. Defender Portugal dos ilusionistas das direitas não é uma opção, mas um dever. Defender o Serviço Nacional de Saúde daqueles que o querem entregar aos privados não é uma opção, mas um dever", declarou o líder socialista.
De acordo com o Secretário-Geral do PS, no dia 10 de março "os portugueses vão escolher se querem manter o Estado social ou se querem mudar para o Estado liberal".
"Temos o dever de defender Portugal, de defender o Estado social, de defender as conquistas de Abril no ano em que comemoramos os 50 anos da revolução. Agora somos nós e os portugueses", completou, reforçando a ideia já transmitida no contacto popular nas ruas.
Na parte inicial do seu discurso, Pedro Nuno Santos voltou a alertar que o programa eleitoral proposto pela AD, caso fosse concretizado, custaria cerca de 23,5 mil milhões de euros em quatro anos, o que, na atual complexa conjuntura internacional, conduziria, a prazo, à austeridade em Portugal.
"A direita não aprendeu nada e apresenta-se com um programa que, no contexto em que vivemos, nos conduziria à austeridade. Desconfiem daqueles que prometem tudo, para quem tudo é fácil, porque são os mesmos que no passado fizeram o maior ataque aos direitos dos portugueses", acusou.
Pedro Nuno Santos lembrou também, a pretexto das promessas da AD, que se deve ao último Governo PSD/CDS, entre 2011 e 2015, "o maior corte nas pensões e nos salários".
"Desconfiem daqueles que prometem, porque quando governam fazem exatamente o contrário. Se querem saber qual o futuro que a direita nos reserva, é só recordar o que nos deram no passado", disse o líder socialista, apontando que não vale a pena Luís Montenegro e a AD esconderem Pedro Passos Coelho e esconderem-se atrás da 'troica', porque os portugueses lembram-se de que executaram o memorando "com convicção", indo para além dele nos cortes de salários e pensões e "gabando-se disso".
Acentuando que a defesa "de Abril" começa já em 10 de março, Pedro Nuno Santos afirmou uma visão diferente para o país, que se quer para todos, na saúde pública, na educação, com "um ensino gratuito desde as creches até ao final do Ensino Superior", com a eliminação progressiva das propinas e o aumento das camas em residências universitárias, no alargamento do IRS Jovem e na habitação, onde mencionou as obras já em curso em todo o distrito do Porto.
"São obras de autarquias do PS e do PSD, a partir de programas do Governo. Há obras concluídas. Há obras em curso. É só ir lá ver", apontou.
PS é o garante da democracia económica e social
Antes da intervenção do Secretário-Geral, o cabeça-de-lista pelo Porto, Francisco Assis, defendeu que o projeto do PS para Portugal se distingue do da direita democrática porque defende também a democracia económica, social e cultural.
"O que nos separa da direita democrática é que nós não nos limitamos a defender a democracia política, nós apostamos também na democracia económica, social e cultural", afirmou, acrescentando que sem esta visão "é a própria democracia que é posta em causa".
O antigo líder parlamentar do PS e presidente do Conselho Económico e Social (CES) salientou ainda que o que identifica os socialistas é o facto de conseguirem encontrar "uma boa articulação" entre as dimensões do rigor orçamental, do crescimento económico e do compromisso social.
Admito que haja outros partidos em Portugal que estarão preocupados também com o rigor orçamental, com o crescimento económico e com a questão social, mas só nós é que conseguimos estabelecer uma boa articulação entre estas três dimensões", afirmou, sustentando que os socialistas o fazem apresentando soluções económicas que não estão "assentes em qualquer tipo de aventureirismo", mas "num estudo realista e sério".
Também no que se refere ao Estado social, Francisco Assis defendeu que só o PS é que "dá garantias plenas de estar preocupado com a produção e defesa" de um Estado social que seja "fator de promoção e de igualdade e de justiça".
Salientando que há quem diga que este combate eleitoral é difícil para o PS, Francisco Assis questionou se alguma vez o partido travou um combate que não fosse difícil. "Bem pelo contrário", respondeu com confiança, lembrando que o PS é herdeiro "daqueles que compreenderam, ainda antes de 1974 e logo a seguir a 1974, que só há socialismo em liberdade e em democracia".
Recordando que, este ano, se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, salientou que, ao mesmo tempo que se celebra "com alegria essa data", se constata que há "uma espécie de processo à democracia", feito hoje por "uma extrema-direita que tem uma vasta expressão na Europa e noutras zonas do mundo e que quer agora também aparecer em força em Portugal".
"Por isso, nós também temos de aproveitar esta campanha eleitoral para fazer a defesa dos valores e dos grandes avanços deste país nestes 50 anos de vida democrática", sustentou.