«Sempre tive a ideia de que queria tirar algum tempo fora de Portugal e desenvolver-me enquanto pessoa. O que queria era fazê-lo antes de ir para a faculdade, mas isso acabou por não acontecer», começa por contar a jovem de Odemira ao Alentejo.Sul Informação.
Mariana Almeida achou que «essa fase da vida já tinha passado», mas o Município de Odemira acabou por lhe voltar a "abrir o caminho" devido ao projeto "Emunicipa-te", lançado pela primeira vez em 2022 e do qual a jovem saiu vencedora.
O "Emunicipa-te" é um programa municipal de bolsas promovido pela Gap Year Portugal em parceria, neste momento, com três autarquias portuguesas, com vista a atribuir bolsas a jovens residentes ou estudantes desses concelhos, com idades entre os 18 e os 30 anos, para o financiamento de projetos com duração de seis a dez meses.
Há oito anos, quando nasceu a Gap Year Portugal, o conceito era «pouco valorizado por cá», mas foi precisamente a vontade de dois jovens portugueses de o desenvolver que esteve na base da criação da associação.
Inicialmente, foi criada uma bolsa nacional, mas a adesão era tanta que levou à ideia de apostar também em bolsas municipais. «O Emunicipa-te surge, nesse sentido, em 2020, e, atualmente, conta com a parceria do município de Odemira, Oeiras e Cascais», explica João Mendonça, da Gap Year, ao Alentejo.Sul Informação.
São só três os municípios que proporcionam esta iniciativa aos seus jovens, mas João Mendonça frisa que a Associação está a trabalhar para que mais se juntem ao projeto.
Em Odemira, Mariana Almeida foi quem inaugurou o "Emunicipa-te", cujas candidaturas para a 2.ª edição decorrem até 9 de Julho.
Agora, já a meio do projeto que apresentou, a jovem de 26 anos considera que esta é uma iniciativa importante para «qualquer fase da vida» e, por isso, aconselha todos os jovens a candidatarem-se.
"Ao ritmo da arte" foi estipulado com duas etapas principais: o desenvolvimento da expressão artística e a captação de perspetivas humanitárias e ambientais.
Depois de ter passado por Barcelona e Paris, Mariana está agora em Calais (França), onde tem explorado mais a área do voluntariado.
Quatro meses depois do começo desta aventura, a arquiteta diz estar «completamente integrada», mas confessa que, devido a nunca ter viajado sozinha, antes «tudo criava muita estranheza».
Já a meio da viagem, admite que é «difícil pensar o que vai acontecer depois».
Voltar a Portugal para «explorar novos caminhos» e implementar o que aprendeu não deixa de ser opção, mas Mariana admite gostar muito da vida «lá fora».
Através destes testemunhos, a Associação Gap Year pretende continuar a promover o projeto para que mais Municípios se juntem à iniciativa.