Acredito no Ensino Público - Café da Praça Central

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16 janeiro, 2023

Acredito no Ensino Público



A minha mãe foi professora do ensino básico, do 1º ciclo, durante mais de 30 anos.
Tratava os alunos, em casa, por "o meu Rúben" ou a "a minha Patrícia". Deu aulas na Fonte da Prata, na Azóia, em Canha. Acabou efectiva ao final de demasiados anos. Teve alunos com hiperatividade, défice de atenção, disléxicos, surdos... tinha, e tem, olho clínico para detetar alguma dificuldade que as crianças tivesse ainda não identificada clinicamente. 
Deu aulas na telescola e foi ao casamento de uma aluna. Lembro-me, com uns 10 anos, de irmos muitas vezes ao acampamento de uma aluna de etnia cigana, na Cruz de Pau e que ela tinha perdido para a tradição, para lhe entregar sacos de compras porque tinha deixado a escola, casado cedo, já tinha filhos e passavam todos demasiadas necessidades. Já lá vão 35 anos.
Foi a batalha de uma vida, incentivar as famílias a deixar os filhos estudarem sempre mais.

Acredito no ensino público. 
A minha mãe era mesmo das professoras boas que a escola perdeu mais cedo porque estava cansada. Reformou-se mais cedo com penalização. Foram muitos anos. Mas continuamos, ambas, a acreditar no ensino público. Sou filha dele. 
E tem de melhorar. Muito.