Enquanto a Rússia utiliza drones, mísseis hipersónicos, caças de quinta geração como o Su-57 russo e tanques, a Ucrânia recorre a armas mais antigas. Para se defender das tropas russas, o país invadido está a usar metralhadoras da Primeira Guerra Mundial e da Revolução de 1917.
Recentemente, a Rússia recuperou centenas de tanques T-62 guardados nos armazéns, fabricados na União Soviética (URSS) entre 1961 e 1975, bem como aviões também construídos nessa altura. Contudo, não foi a única a pensar na utilização de veículos antigos para enfrentar a guerra, também a Ucrânia está a optar por resgatar tanques produzidos na URSS.
Apesar de o exército ucraniano ter tanques T-62, concebidos na URSS entre 1961 e 1975 que já não estavam em utilização, agora foi ainda mais longe e recuperou a metralhadora Pulemyot Maxima 1910, ou PM M1910, utilizada pelo Exército Imperial Russo durante a Primeira Guerra Mundial e o Exército Vermelho durante a Guerra Civil Russa e a Segunda Guerra Mundial.
Esta arma é um derivado do Maxim original, a primeira metralhadora totalmente automática do mundo, criada em 1884 pelo inventor britânico-americano Hiram Maxim. Na era czarista, que vigorou na Rússia desde 1547 até a Revolução de 1917, foram adquiridas estas armas à Alemanha e à Grã-Bretanha e posteriormente começaram a ser fabricadas no país.
A sua utilização, mais de um século depois, está a revelar-se bastante eficaz embora sejam metralhadoras maiores e mais pesadas do que as atuais e a sua taxa de fogo seja mais lenta. Porém, apresentam vantagens como o sistema de arrefecimento por água que permite disparar continuamente durante mais tempo.
Em comparação com as mais modernas, que devem ser utilizadas em rajadas curtas e requerem um barril de reserva porque tendem a deformar-se devido ao sobreaquecimento, a M1910 é mais resistente.
A Ucrânia tem 35 mil destas metralhadoras produzidas entre 1920 e 1950, avança o Eurasian Times com base numa auditoria interna de 2012, e esta não é a primeira vez que as utiliza. Já em 2018, desde o início do conflito com os pró-russos em Donetsk e Luhansk que o país recorre a estas armas e aproveitou até para as modernizar.
As forças ucranianas também utilizam armas de artilharia da Segunda Guerra Mundial, tais como M101 de fabrico norte-americano e armas D-44 de fabrico russo desenvolvidas na década de 1940.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).