António Guterres, alertou, esta quarta-feira, que "o colapso climático começou", numa reação ao anúncio do verão deste ano como o mais quente de sempre, no Hemisfério Norte. "O clima está a implodir mais depressa do que conseguimos aguentar".
António Guterres, deixou o alerta: "o colapso climático começou".
Foi a reação do secretário-geral da ONU ao anúncio de 2023 como o verão mais quente de sempre, no Hemisfério Norte.
"Os cientistas há muito que alertaram para as consequências da nossa dependência dos combustíveis fósseis", disse Guterres, citado pela agência francesa AFP.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o serviço climático europeu Copernicus anunciaram, esta quarta-feira, que a Terra viveu este ano o verão mais quente jamais registado no Hemisfério Norte.
No Hemisfério Sul também foram batidos muitos recordes de calor em pleno inverno austral.
Abril pode ser o novo agosto
De acordo com um estudo sobre o impacto das alterações climáticas na procura turística na Europa, do Joint Research Centre, a que o Jornal de Negócios teve acesso, nos próximos anos, Portugal (bem como outros destinos turísticos no sul da Europa) deverá perder clientes no verão, devido ao calor excessivo.
Estima-se que as temperaturas aumentem entre 1,5 e 4 ºC, nas próximas décadas.
Ao Negócios, uma fonte oficial da secretaria de estado do Turismo disse que "cabe ao país liderar na adaptação e mitigação das alterações climáticas e, a par das medidas e políticas tomadas, construir com todos os agentes do setor, um turismo sustentável e autêntico".
"As altas temperaturas vão levar à alteração do padrão da sazonalidade. Maior procura deverá ser em abril", considerou o gabinete do secretário de Estado, Nuno Fazenda.
Ondas de calor, secas, inundações e incêndios atingiram a Ásia, a Europa e a América do Norte durante os últimos meses, em proporções dramáticas e muitas vezes sem precedentes, segundo os cientistas.
Os extremos meteorológicos custaram vidas humanas e danos para as economias e o ambiente.
"O nosso clima está a implodir mais depressa do que conseguimos aguentar, com fenómenos meteorológicos extremos a atingir todos os cantos do planeta", lamentou Guterres.
ZAP // Lusa