Évora: Comunicado dos encarregados de educação da turma do 4º ano da Escola Av. Heróis do Ultramar - Café da Praça Central

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05 setembro, 2023

Évora: Comunicado dos encarregados de educação da turma do 4º ano da Escola Av. Heróis do Ultramar



Na sequência da decisão do senhor Diretor do Agrupamento de Escolas Gabriel Pereira, Dr. Fernando Farinha Martins, em romper a continuidade pedagógica da turma que irá agora iniciar o 4.º ano na Escola Básica da Avenida Heróis do Ultramar, uma decisão que não chegou a ser oficialmente comunicada aos encarregados de educação, e  que dela tivemos conhecimento através do representante dos pais, depois de informado pela docente que tem acompanhado estas crianças desde o 1º ano, reunimos com o Sr. Diretor e enviámos um abaixo-assinado, ainda antes de tornarmos pública esta situação.

Apesar de não termos recebido resposta oficial, constatámos a publicação de um comunicado no sítio oficial do Agrupamento de Escolas, que pode ser consultado aqui: https://aegp.edu.pt/.../files/2023-09/EBHU-Comunicado-1.pdf
Infelizmente, o comunicado em nada esclarece e reforça clara e inequivocamente não existirem razões concretas para o rompimento da continuidade pedagógica. Além de vago, o comunicado omite alguma informação importante, a qual gostaríamos de expor publicamente (lamentamos ter de expor a situação desta forma, mas as portas de um diálogo sincero e claro com o Sr. Diretor foram fechadas após a forma como fomos recebidos).

Diz o comunicado:
1)     "Durante o 3º período do ano letivo transato (AL 22/23), fomos alertados por alguns professores e encarregados de educação de alunos desta escola, sobre a degradação do ambiente na escola, invocando a existência de graves conflitos entre algumas docentes e que estavam a ter uma repercussão negativa sobre alunos, professores e encarregados de educação;"
 Os pais da turma que entrará no 4.º ano de escolaridade reafirmam não terem detectado qualquer clima de degradação de ambiente na escola. Destacamos, ainda, que em nenhum momento os nossos educandos se queixaram e que nunca fomos chamados por qualquer estrutura do Agrupamento para dar a nossa opinião. Desconhecemos o conteúdo destas alegadas queixas de outros professores e encarregados de educação, mas esperamos que sejam questões objetivas e comprováveis.
2)     Adianta, ainda o comunicado: "Ato contínuo, convoquei uma reunião na EBHU com todos os docentes titulares, de apoio educativo e de educação especial, tendo também estado presente a minha adjunta do 1º ciclo. Foi nítido e evidente o ambiente de extrema tensão, de conflito permanente e de rotura relacional entre dois grupos de docentes, destacados pela agressividade e posições radicalmente opostas de duas dessas docentes"
Sobre esta questão não nos pronunciamos, evidentemente. No entanto, é apresentado no comunicado alegados problemas de relacionamento entre professoras que no ano letivo transato leccionavam o 2.º e o 3.º ano, quando nos foi confirmado em reunião que as questões também estavam relacionadas com a docente do 1.º ano. Nós, encarregados de educação, questionamo-nos: perante problemas relacionais de docentes a atitude é retirar professores e afectar a continuidade pedagógica? Ou chamar as docentes à razão para continuarem a fazer o seu trabalho?
3)     O comunicado refere, ainda, que "(…) A implementação do Plano de Inovação, obriga em cada escola e ao nível do departamento do 1º ciclo, a um trabalho de equipa, a trabalho colaborativo, a muita interação, que só é possível num ambiente tranquilo, com relacionamentos profissionais positivos, por forma a existir um clima de escola agradável e motivador para todos. Neste momento, face ao diagnóstico feito, esse clima não existe nesta escola, bem pelo contrário."
Nós, encarregados de educação desta turma, sublinhamos que não detectámos nada e nunca fomos ouvidos. Mas, pior, após ter sido transmitido que as questões também estavam relacionadas com uma terceira docente, decidiu-se manter esta, em detrimento de outras duas, além de que se afirma aqui publicamente que a Prof.ª da turma do 4.º ano será directamente responsável pela existência de um eventual ambiente de trabalho que não é tranquilo ou propiciador de relacionamentos profissionais positivos. Sobre isto, a docente lá saberá o que quer fazer. Nós, encarregados de educação, só podemos dizer que muito estranhamos este tipo de justificações pouco claras. Quanto ao "ambiente colaborativo, a muita interação", o senhor director saberá porque foram estes alunos tantas vezes convidados a participar activamente em actividades do agrupamento. Lembremos, por exemplo, a sua participação na última Feira de São João no stand do AEGP ou o convite para que fossem cantar ao Sr. Ministro da Educação, na abertura do passado ano lectivo.
4)     No comunicado ainda se adianta que: "Lamentamos ter que recorrer a estas medidas, designadamente interrompendo a continuidade pedagógica em dois dos anos, mas procuramos privilegiar o interesse coletivo, e defender o superior interesse das crianças e um clima saudável de trabalho." Pois, as justificações são pouco claras, e a continuidade pedagógica é mesmo um princípio fundamental defendido pelo Ministério de Educação. Concordamos com a necessidade de um clima saudável de trabalho em todos os locais de trabalho, mas consideramos que esta forma de agir não resolve problema nenhum e coloca o bem-estar das crianças em causa. Porque razão 24 alunos desta turma nunca relataram aos seus pais a existência de um clima pouco saudável na escola? Serão os nossos filhos assim tão desatentos? Seremos nós, pais e mães, assim tão desatentos que não detectámos qualquer problema grave? Ou para o Sr. Diretor a palavra de alguns pais é mais fiável do que a de outros?
5)     Gostaríamos de, ainda, referir que em nenhum momento a Prof.ª Rita Curvo nos comunicou algum problema com as colegas e nunca incentivou os pais e mães a fazer queixa de outra docente. Esperemos que todos tenham essa mesma consciência tranquila.
6)     Por fim, congratulamo-nos com os resultados apresentados neste comunicado acerca da última Inspeção realizada pela Inspeção Geral de Educação, fazendo votos que se possa manter o nível alcançado em próximas inspeções, perante o trabalho que tem sido desenvolvido desde então.
Évora, 4 de setembro de 2023
As/os encarregados de educação da turma do 4.o da Escola Av. Heróis do Ultramar