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30 agosto, 2023

“É Prigozhin cruzar os céus da Rússia”


"Qual foi a última coisa que Prigozhin disse à hospedeira de bordo? 'Chá? Achas que sou parvo, não?'" 

Estes e outros memes pulularam pelas redes sociais quando se deu a notícia da queda do jato privado onde seguiam Yevgeny Prigozhin e Dmitry Utkin, e que vitimou, ao todo, dez pessoas. Já sabíamos, desde o momento em que o líder do Grupo Wagner se rebelou contra Putin e marchou, quase chegando à capital da Federação Russa, que os seus dias estariam contados. 

Não há acordos com Putin. Se alguém mexer um milímetro contrariando o presidente russo seja no que for, será o seu fim. Pela janela, ingerindo veneno ou, pelos vistos, de forma mais rebuscada, morrendo na queda de um avião. O Pentágono já veio dizer que nada parece indicar que um míssil terra-ar o tenha abatido. 

Parece-me que, por aqueles lados, conseguem que aviões sejam abatidos de forma mais discreta. Também para não haver ondas dentro do Grupo Wagner sobre revoltas, se soubessem que o seu "amado líder" tinha sido, obviamente, assassinado. Embora saibamos, claro, que com mercenários os valores da honra, da palavra e da justiça de nada valem: a única coisa que reconhecem e obedecem é a dinheiro. Embora o Presidente da República ache "completamente irrelevante para a Ucrânia" a morte de Prigozhin, este é um ponto indiscutível de um novo capítulo na guerra. 

Uma mensagem clara àqueles que pudessem desejar repetir a "gracinha" da rebelião (acidentes acontecem...) e de que, se dúvidas houvesse, Putin fará tudo para vencer esta guerra. Mesmo que isso implique dizer adeus aos que, um dia, foram os responsáveis pelas suas únicas vitórias militares. Tudo não passará de meros "danos colaterais".