O despovoamento traz menos indústria logo melhor qualidade de vida, mas não havendo emprego não há população. Uma vez mais seriam precisas políticas públicas que captassem investimentos. A ampliação das áreas do regadio podem trazer mais investimentos agrícolas. Cada vez mais a agricultura em Portugal é mecanizada e sustentável, e com um controlo do território de forma a evitar o uso abusivo dos recursos hídricos novas formas de agricultura poderão ser introduzidas. Também nestas áreas mais "clean" deviam-se aproveitar as práticas culturais e ancestrais. Existe no Alentejo muito ofício antigo que se está a perder. A olaria em São Pedro do Corval, os tapetes de Arraiolos, o boneco de cerâmica de Estremoz. São tudo exemplos de artes que com o apoio do estado central na criação de cursos profissionais que colocassem estes jovens a aprender nas oficinas locais, permitia a conservação desta atividade e a internacionalização da região.
Portugal nos últimos anos tem vindo a tornar-se cada vez mais dependente do Turismo, e apesar de este trazer várias consequências negativas, das quais podemos logo destacar o encarecimento da vida nas principais cidades, este apresenta, principalmente para regiões menos dinâmicas do ponto de vista empresarial, uma grande oportunidade. O Alentejo tem sido uma região de forte incremento no Turismo. É uma região análoga, praias, serras, Litoral e Interior. Cada vez mais o turista que chega ao Alentejo apresenta um perfil sénior com capacidade de compra. Vem à procura de um bom clima, de uma boa gastronomia acompanhada de bons vinhos e sossego. Praticamente toda a região apresenta um bom clima para a plantação de vinhas e muitos dos vinhos da região são premiados internacionalmente.
Existem muitos projetos turísticos que complementam a sua oferta com passeios pelas suas vinhas, acompanhado por degustações. Temos o caso da Adega Mayor em Campo Maior, uma diversificação do negócio da Delta de Rui Nabeiro como também a Herdade de São Lourenço do Barrocal em Reguengos de Monsaraz. Também para a observação de estrelas chegam muitos visitantes. Igualmente nas cercanias de Reguengos de Monsaraz, o Dark Sky Alqueva permite para além de observar estrelas passeios noturnos de canoa pelo Alqueva. Este lago artificial para além das potencialidades energéticas, veio também introduzir o turismo náutico ao Interior Alentejano. Muitas são as autarquias que têm requalificado as margens do Alqueva para a criação de praias fluviais e por consequência todo o negócio da prática de Padel Surf, e restantes práticas náuticas surgem como complemento.
O turismo sénior acompanhado do envelhecer da população endógena pode constituir um potencial económico, a chamada economia silver, "onde o envelhecimento da população é visto como uma janela de oportunidade para o desenvolvimento de novos serviços na área do bem-estar, do lazer e dos cuidados de acompanhamento e de saúde (Hospers, 2014). Esta abordagem implica investir na mudança transformadora assente em ativos físicos fundamentais, intervindo na acessibilidade pedestre, nos centros históricos ou nas frentes de água; redirecionando a capacidade de produção em prole das indústrias verdes (Mallach, 2010). A saúde com um forte investimento público, como temos exemplo disso agora com a construção de um hospital central em Évora, terá que funcionar mais como prevenção. Há muita literatura acerca da distância ideal para um bom hospital, o que seriam cerca de 30km o que em muitos casos no Alentejo não sucede. Também o setor social desempenha um fator de acompanhamento dos idosos muito importante, não só pelas questões primárias de saúde, mas como pelo seu acompanhamento social.
Alexandre Carvalho tem 24 anos e é natural do Porto. Licenciado em Comunicação Empresarial pelo ISCAP, ligado ao ramo do design de interiores e da vertente digital. Interessado pelo panorama da política nacional conta vir viver para o Alentejo, porque se enamorou por uma alentejana | alexandremiguel.c95@outlook.com