Numa declaração "em defesa da valorização do património cultural e da Fortaleza de Sagres" enviada às redações, o presidente da CCDR deixa fortes críticas à Direção Geral da Política Cultural (DGPC), que acusa não só de nada fazer pela valorização deste monumento, como de se preparar para arrecadar a receita da bilheteira de Sagres «para financiar os serviços em Lisboa, numa linha de centralização da arrecadação de receitas».
Esta tomada de posição surge na sequência de uma notícia do Jornal Público, que dá conta que da intenção do Governo em passar para a DGPC a tutela dos museus e monumentos que são geridos pelas Direções Regionais de Cultura, no âmbito do processo de descentralização de competências, que vai extinguir estas últimas entidades, para as integrar nas CCDR.
Esta intenção, diz o Jornal Público, ainda não foi confirmada nem desmentida oficialmente, até porque ainda está a ser desenhado o novo modelo da DGPC.
José Apolinário defende, na sua declaração, que o contributo desta entidade para «a valorização de Sagres como património cultural tem sido muito próximo do zero. Como nulo o empenho da DGPC para a escolha e continuidade de Sagres como Marca do Património Europeu ou para o investimento superior a três milhões de euros no recente Centro Interpretativo Multimédia alusivo aos Descobrimentos».
«Aliás, se dúvidas existissem sobre qual a leitura da DGPC do património cultural no território bastará analisar as escolhas da medida do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência de requalificação e conservação dos museus, monumentos e palácios públicos: com uma verba de 150 milhões de euros, 60 milhões alocados a museus e monumentos na cidade de Lisboa e apenas 621 mil euros de investimento em Sagres», realça o presidente da CCDR do Algarve.
Quanto à alegada «linha de centralização da arrecadação de receitas», esta viola a «relativa à proteção e valorização do património cultural».