Évora!
Ruas ermas sob os céus
Cor de violetas roxas...
Ruas frades
Pedindo em triste penitência a Deus
Que nos perdoe as míseras vaidades!
Tenho corrido em vão tantas cidades!
E só aqui recordo os beijos teus,
E só aqui eu sinto que são meus
Os sonhos que sonhei noutras idades!
Évora!...
O teu olhar...
O teu perfil...
Tua boca sinuosa, um mês de Abril,
Que o coração no peito me almoroça!
... Em cada viela o vulto dum fantasma...
E a minh'alma soturna escuta e pasma...
E sente-se passar menina e moça...
"Florbela Espanca"