Falamos hoje da Exposição do Mundo Português, de 1940, em virtude de uma controvérsia que teve lugar há alguns meses. Na altura, pretendia-se remover alguns brasões florais que tinham sido colocados no tempo da exposição, símbolos de muitas das ex-colónias, a que uns se opuseram e outros apoiaram. Os brasões, feliz ou infelizmente, lá acabaram por ser removidos, o que representa mais uma perda simbólica do património histórico nacional, mas... então, o que nos resta desses tempos? Se muitos dos pavilhões, que hoje teriam mais de 80 anos, foram demolidos pouco depois do término da exposição, o que ainda pode ser visto na zona lisboeta de Belém?
Na imagem acima pode ser visto um mapa oficial da Exposição do Mundo Português de 1940, em que assinalámos a amarelo o que ainda existe dessa altura e que pode ser dividido em seis locais distintos. Quais são eles?
No canto superior direito está a chamada "Secção Colonial", em que podiam ser feitas visitas alusivas às agora-chamadas ex-colónias. Naturalmente que as exposições originais já não estão no local, mas naquele que é agora chamado o "Jardim Botânico Tropical" ainda podem ser encontrados, aqui e ali, edifícios e alguns resquícios desse tempo. Abaixo deste existia o "Bairro Comercial", sendo possível que algumas das lojas no local, em particular na Rua Vieira Portuense, ainda sejam dessa altura. Do lado esquerdo desses dois locais está, como não poderia deixar de ser, o Mosteiro dos Jerónimos, a que já cá fizemos diversas alusões anteriormente, em particular na sua ligação aos famosos Pastéis de Belém.
Depois, na parte inferior, pode ser visto o agora-chamado "Museu de Arte Popular", seguido pelo "Restaurante do Espelho de Água" (que era uma Cervejaria Portugália da última vez que lá fomos...) e o "Padrão das Descobertas", que é, obviamente, hoje o Padrão dos Descobrimentos.
Além destas estruturas "maiores", nesta zona baixa de Belém também existem diversas "pequenas" recordações desses tempos da Exposição do Mundo Português de 1940, como os próprios jardins ou a Praça do Império, mas não eram contemplados com uma referência específica no mapa mostrado acima, sendo essencialmente uma forma de embelezar todo o espaço para os visitantes. O que poderá suscitar uma questão por agora completamente impossível de responder - que recantos dos tempos da Expo 98 também um dia chegarão a essa mesma idade de 80 anos? É, talvez mais que tudo, esperar para ver, mas já cá não estaremos para comentar esse outro tema...